terça-feira, 25 de janeiro de 2011

voa, voa, voa (...)

Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2011
O mundo cai-me aos pés. Será a chegada antecipada do 2012? Não, que estupidez. É só a vida que não para de me surpreender… se não menos ainda fosse pelo lado positivo, não estaria aqui agarrada ao teclado mas sim a soltar sorrisos pela rua como fazem as crianças ingénuas e inocentes, sem saber o que as espera quando tiverem de usar a lógica e souberem o que são os verdadeiros sentimentos. Estes que podem ser tão lindos como o assistir a um pôr de sol, ou tão tristes como uma cria deixada para trás. Sem saber para onde ir, perdida. Sem saber o que fazer, confusa. Sem saber como fazer, indecisa. Sem saber o que pensar, sem ter a quem recorrer, desprotegida, desolada, desamparada, solitária. Desiludida pois até aquela que tinha a certeza absoluta que iria estar ao lado dela sempre que precisa-se, desapareceu por entre as brumas e apenas memorias restam… daquilo que julgávamos ser eterno.
Nem tudo é mau nesta farsa de mundo, mas pouco resta de verdadeiro e feliz nele. Fazem-se julgamentos antecipados, critica-se sem ter um pingo de razão, dá-se valor a demasiada gente, e no fim, aqueles que mal nos conhecem são os que são capazes de nos ouvir, de nos apoiar quando aqueles que julgávamos sinceros se esquecem daquilo que construímos, como quando uma onda colide com um castelo de areia e o faz esmorecer. E por muito que tentemos ergue-lo de novo, vai haver sempre outra onda, e outra, e outra (…) até que as nossas forças se esgotem, e ai, deixará de haver castelo…

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

long time ago...

Terça, 28 de Dezembro de 2010

A única coisa que me acompanha é a luz ténue, por cima da minha cabeça, parecendo que me observa. Mais nada e mais ninguém parece mostrar interesse por mim. A televisão está ligada, estou a ouvir música, mas nada desperta a minha atenção tal como eu não desperto a de ninguém. Cada movimento meu sai forçado, como por favor, só as lágrimas, essas que caem são sinceras e sentidas, mesmo não tendo motivo, escorregam-me pela face já encharcada. São só desabafos de adolescente, são só hormonas alteradas, birras de criança, ou apenas uma rapariga mimada e mal habituada. E então? Mereço atenção e carinho. Serei egoísta só por sentir falta disso? Serei egoísta por querer que me limpem as lágrimas e me perguntem o que se passa? Não me parece. Mas talvez hajam coisas piores ou prioritárias para resolver do que estas minhas ‘crises’. Mesmo assim, continuo a achar que ninguém em momento algum se devia sentir como me sinto. Não devia ser em casa que devia sentir apoio, carinho e protecção. Mas ninguém parece entender. Eu sei, parece típica conversa de adolescente imcompreendida. E se é isso que sou? Continuo a merecer um pouco de atenção! Damos tudo por toda a gente mas ninguém parece retribuir. Quando mais precisamos é quando mais nos falham. E mesmo quando tentam preocupar-se, ou não ligam ou não entendem. Como devo sentir-me? Serei fraca por chorar ou por não ter coragem para admitir? Sempre fui forte, até insensível. Mas um acto irreversível pôs tudo em causa, deixei de ser corajosa, o medo e a insegurança apoderaram-se de mim, a fragilidade incorporou-me como se eu fosse apenas um pássaro acabado de sair do ninho. Talvez estas lágrimas que caiam sejam só uma consequência desse acto, talvez só caiam porque um dia algo me tirou a segurança e a certeza, porque um dia deixei de ser lógica e objectiva para ser sentimental. Não foi por querer. Nada disto é por querer. Gostava de estar aqui deitada e me focar na televisão, ou na música mas tais só me fazem chorar. Não sei se por saber que tudo o que passa é falso e encenado mas ao mesmo tempo me toca, se porque em cada música passe um pouco de sinceridade e da fragilidade que sinto. Talvez não tenha nada a ver. Talvez seja só um dia sentimental e eu estou para aqui a dizer parvoíces. Não sei. Sei apenas que preciso de atenção, um pouco de dedicação talvez. Sinto-me abandonada na minha própria casa e não devia, mas por vezes também sinto que não tenho assim tantos amigos. Vai mudar, eu sei. Mas estou preocupada. Sentir o peito apertado, os olhos inchados e a face fria das lágrimas que caíram, não é uma boa sensação. Se calhar isto é só para me preparar, para quando estiver realmente sozinha nesta monótona e cansativa vida. Se o é, não quero. Prefiro aprende-lo depois e da pior maneira. Neste momento devia estar ao telefone com alguém a rir, a cochichar ou apenas a dar-lhe apoio, como tantas vezes fiz antes deste isolamento obrigado, mas não. Estou para aqui isolada, a escrever e a chorar. Não ponho as culpas de nada em ninguém. Podia simplesmente acreditar no destino e pensar que tudo isto estava traçado para acontecer e por alguma razão, mas não, recuso-me a acreditar nisso, pois ninguém merece sentir-se um nada, por muito que surja um “quando achares que não és ninguém no mundo, pensa que és o mundo de alguém.” Pois, então esse alguém tem um mundo muito danificado e chorão. Sei que muita gente se sente assim, como eu me estou a sentir agora, sensível e desprotegida, queremos muito que alguém dê sinal de preocupação e carinho mas ao mesmo tempo encobrimos aquilo que sentimos para não parecermos fracas ou para não acharem que estamos só a chamar a atenção. Talvez até estejamos mas não é propositado. Tentamos esconder as lágrimas, conte-las nos olhos mas nem sempre dá, tentamos não dizer nada para não preocupar, mas por vezes escapam-nos. Mas não só para nos darem atenção. As vezes precisamos apenas e não conseguimos esconder. Não devemos sequer tentar esconder, mas como ninguém parece ligar nunca, nunca mostramos o nosso verdadeiro estado de espírito, por muito crítico que seja. Apesar disto parecer um testamento todo lamechas onde alguém decide fazer-se de vítima e falar como se fosse dona da razão, não o é. Seja qual for o meu problema, é meu, e se o tenho é porque o deixei chegar a este ponto. Não me orgulho de nada do que escrevi até agora porque, aliás, duvido que alguém algum dia leia isto por minha vontade, depois de tudo o que escrevi descobri então que não passo de uma criança que não tem coragem suficiente para admitir o que sente. Sei que tenho muito para aprender, e que não me posso deixar ir abaixo por estas pequenas coisas que se vão atravessando no caminho, porque cada vez serão mais e mais fortes, tal como eu tenho de ser. E vou conseguir, seja como for. No fundo sei que há pessoas que se preocupam e que estão do meu lado aconteça o que acontecer, apesar daqueles que deviam ser o meu pilar são só figurantes na história da minha vida. Mas não importa. Apesar de parecer, não estou sozinha e isso sim é de valor. Posso não ter tudo o que quero, posso não ter quem quero, posso não ter da maneira que quero, mas desde que tenha força e coragem tudo se tornará mais fácil. Quem estou a enganar? Se fosse assim tão fácil as lágrimas estariam extintas assim como os dinossauros. Todos desejamos a vida perfeita, apesar desta não existir obviamente. Talvez a vida perfeita não seja vida, talvez seja apenas um sonho ou uma ilusão para nos distrair da realidade. A culpa desta ‘crise’ é um pouco minha. Pareço mimada e que só me sei queixar. Devia encarar o que se passa com um sorriso na cara mas na verdade só quero chorar debaixo dos meus lençóis e esperar que tudo se resolva. Sozinho. Eu sei que nada se resolve sozinho, mas seria pedir muito um sinal da existência de Deus? E lá estou eu a ser egoísta outra vez. Porque a mim e não aqueles que rezam todas as noites por um bom motivo? Por amor de deus alguém que me dê ouvidos! «Estúpida, se isso acontecesse não estarias a escrever este texto queixoso!» é o que diz o meu subconsciente. Preciso de um ‘open eyes’ , não sei o que fazer ou pensar e já nem escrever me está a ajudar. Preciso doutro refúgio. Preciso que algo me faça sorrir quando a esperança está quase morta, quando estou desamparada e acho que já nada me pode amparar. Há quem tente perceber aquilo que sinto mas só quem sente o mesmo consegue perceber a complexidade que envolve. Admiro quem tenta entender, quem se esforça e quem tenta dar apoio, mas é demasiado complicado para quem nunca sentiu na pele. Tanto bla bla aqui escrito, centenas de palavras e nada de jeito, só repetições e desabafos. Apetece-me gritar que nem louca até ficar sem voz, apetece-me chorar até ficar desidratada, apetece-me dormir aconchegada nos braços daquele que é o meu mais-que-tudo até todos os problemas e medos estarem mais que resolvidos e completamente enterrados. Posso e devo agradecer-lhe por todas as tentativas mesmo as falhadas, para mim, tudo é importante. Espero que continue comigo nesta batalha que é a minha solitária e fria vida. E ao fim de horas aqui, a escrever desabafando, cheguei á conclusão de que não cheguei a conclusão nenhuma. Continua tudo a mesma porcaria. Só as lágrimas já pararam de escorrer.

Sempre sincera,