segunda-feira, 14 de março de 2011

um simples gesto de amor(...)

Cada gesto, cada toque, cada momento, cada segundo tão intenso, cada suspiro solta na brisa deste mundo de desilusão. Cada história de amor dita nas palavras inocentes de uma criança, que ainda acredita no para sempre, no feliz para sempre. “Era uma vez, uma menina chamada Rapunzel que tinha uns longos cabelos loiros. Ela era muito bonita. Um dia ela encontrou um príncipe e disse-lhe: queres casar comigo? E ele respondeu: sim, claro. Ela levou-o ao castelo e foi ao pai e perguntou: Pai ele quer casar comigo e eu com ele, posso? E o pai respondeu: sim, podes. E assim foi, no dia a seguir casaram-se e tiverão 4 filhos, duas meninas, a Maria e a Carla, e dois meninos, o João e o Paulo” – apenas palavras escritas por uma mente inocente e desprotegida, a quem tentam fazer ver algum sentido em viver, a quem tentam fazer acreditar que de que há alguma coisa positiva na vida, a quem tentam mostrar o amor.
Na cabeça de uma criança, o amor é assim, espontâneo e á primeira vista. Sempre verdadeiro e sincero, pois é assim que as crianças olham para este mundo rodeado de dor e ilusão. Vivem anos na ilusão de que vão ser felizes e encontrar o verdadeiro amor, mas esquecem-se de que há tantas pedras no caminho, suficientes para construir sabe-se lá quantos castelos de contos de fadas, tantas lágrimas frias, capazes de encher sabe-se lá quantos mares gelados, tantas desilusões, capazes de nos por a cabeça em baixo e desistir de tudo o que um dia sonhámos. Tão inúteis, tão escusadas. Para que criar um mundo de sonho e ilusão, para mais tarde descobrir-se a verdade da pior e mais cruel maneira? Ninguém tem culpa. Não passa dum protótipo da sociedade. Se tivéssemos manual de instruções o ponto um seria, definitivamente, “faça o seu filho acreditar que vai ser feliz, que vai encontrar o verdadeiro e eterno amor, e que nada o vai magoar”.
Palavras de amor nunca são de mais. A mais simples amorosa palavra é capaz de nos tocar, mesmo que o nosso coração seja imune a este sentimento, mesmo que o nosso coração seja gelado e esteja num canto pequeno e escuro. Mas como uma brisa leve, qualquer coisa pode destruir esse sentimento. Porque palavras não chegam, palavras conquistam? Conquistam, mas não suportam, não sustentam nem um amor sincero nem uma paixão intensa. Pouca gente neste mundo sabe bem o que é o amor, porque só quando sentimos a sua falta, só quando sentimos a dor que é de o perder, de o ver fugir entre os nossos próprios dedos, de sentir a almofada encharcada, só ai percebemos o que é o amor e o que ele implica, só ai percebemos o que dói, e o quanto nos taparam os olhos, o quanto nos enganaram sem pensar e o quanto isso pode ser destrutivo. Todos queremos sentir o amor. Todos queremos tentar explicá-lo, mas nunca ninguém conseguiu tão grande feito. Não quero perceber o amor porque ele não parece ser tão mágico assim. Não basta um olhar para começar uma linda história de amor. Há quem diga que o amor, o amar, não tem preço. Pois eu acho que tem. Quem ama sorri, quem ama chora, quem ama luta, quem ama cai, quem ama acredita, pois quem ama se desilude. Se amar alguém nos dá força? Dá, mas também nos tira e nos deixa sem-abrigo de esperança. Pergunto-me porque haverá de alguém querer saber o que é o amor. O amor é uma contradição de tudo e mais alguma coisa! O amor faz-nos acordar de manha com um sorriso de orelha a orelha, mas esse mesmo amor é capaz de nos obrigar a levantar juntamente com um mau-humor nada agradável. Amar é fundamental na vida. Porque é ao amar, ser amados, ao amar e não ser amados, e ao não amar que aprendemos duas grandes lições de vida: a primeira é que nem tudo o que nos dizem é verdade; a segunda é que o amor eterno não passam de contos de fadas.
Um dia alguém disse que amar só não chega.
Sempre Sincera,