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Mesmo depois de todas as tempestades, mesmo depois de todas as batalhas, as estrelas continuam brilhantes e firmes, não deixando que nada derrube a mais bela e segura imagem. É em noites estreladas de verão que confessamos os nossos grandes segredos, aquilo que ninguém deve saber, apenas as estrelas, porque seja onde estivermos sabemos que quando o Sol descer as estrelas tomarão o seu lugar no céu escuro da noite e esse não revelará nenhuma palavra dita no escuro silencio. A noite, a lua, as estrelas, o escuro são como um porto de abrigo. Estão lá todos os dias, a cada lágrima que deitamos e a cada sorriso que soltamos. O céu estrelado é capaz de nos salvar da solidão, quando pensamos que mais ninguém se sente assim senão nós próprios. Estou a sangrar. O sol nasce ardente, trazendo com ele todas as incertezas confessadas ao luar e ai, desejamos a noite calma e solitária, onde nada nos parece afectar, onde tudo parece certo. Quando já nada parece ter sentido, quando nos deixa sem respirar, aparece a noite para nos salvar, para não deixar escorrer mais o meu sangue. Deixamos tanta coisa escapar por entre os nossos dedos por não pararmos para pensar, por não deixarmos o sangue escorregar mais um pouco, tudo devido á pressão exercida nas nossas cabeças meias ocas. Não posso dizer que a noite me da certezas algumas, mas as estrelas dão: vá onde for elas estarão sempre lá para me ouvir segredar as palavras mais secretas e para me estancar o sangue vermelho sedento de paixão. A noite é a razão de eu continuar de pé. Esta noite cai e não me conseguia levantar, precisei da noite para me erguer e a única coisa que sabia era que as estrelas me iam segurar. Por muito que tente entender o rumo que a vida nos faz tomar, nunca o vou descobrir. Acabaram-se as palavras, tudo se desfez e eu vou deixar acontecer, sem ter medo que a vida mude o rumo que há muito tomei. 13/08/2010 13:36m