terça-feira, 1 de junho de 2010

desabafo III

Não, não pode ser. Dia para dia arrasto-me cada vez mais… Que se passa? Nem eu sei. A melancolia invade-me a toda a hora, até as lágrimas decidem bater á porta, sem eu saber a razão. Chegado a um ponto, dá nisto, já nada faz sentido, já não temos certezas, parece que o mundo nos cai em cima dos ombros e não temos força para o suportar. Porquê? Porque me sinto desamparada e desprotegida? Porque sinto que estou a falhar? Porque custa tanto? Porque estou aqui? Porque estou a perder? Porque tenho saudades? Porque vem tudo ao mesmo tempo? Mas afinal, porque continuo a tentar descobrir respostas para as perguntas inexplicáveis? Apenas dúvidas filosóficas para as quais gostávamos de ter uma resposta, mas morremos a tentar. Não, nunca tive talento para dizer o que sinto, não consigo falar, não posso faze-lo. (…) Apenas queria poder sentar-me á beira-rio e por os pés na água gelada, vendo os alfaiates fugirem; correr pelos montes sem conhecer os caminhos e sentar-me rodeada de cheiros e sons; comprar um sumo e um chocolate e sentar-me na torre do relógio, vendo os poucos carros passarem; andar á beira-mar, com aquela água gelada a tocar-me nos pés e pernas arrepiadas e olhar para as poças á procura de marisco bebé ou caranguejos. Apesar de tudo, amo esse pequeno mundo. Lá, posso ser quem eu quiser, não há julgamentos nem consequências. Longe, bem longe dos olhares mal intencionados e das atitudes infantis (…) E com uma folha em branco, depois de tanto tempo a dizer tudo não disse nada, posso escrever mil e uma coisas mas fica sempre tanto por dizer. (…) Preciso dos que amo, sempre do meu lado, para me agarrarem quando eu já não suporto o peso de tudo. E quando deixares de sorrir, pensa que há alguém que te quer bem. Eu, eu sou mais forte que o mundo! Vou usar o meu poder em mim, e não vou deixar que o meu sorriso se apague. Ontem, tive uma alma pequena! A partir de agora não haverá piloto automático, vou ser apenas eu contra as barreiras da vida. (não vou chorar mais, não vou pensar mais, nada mais)


E tu, por quem eu dava a vida, vais ficar bem. Eu prometo, amo-te á oito anos e vou proteger-te sempre pequenino. Não suporto ver-te mal (L)

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